Os bushinenges (esse nome vem de Bush Negroes que significa Negros das matas), tambem chamados “negros maroons”, são os descendentes dos escravos africanos que fugiram das Casas-grandes coloniais de Suriname e encontraram refúgio na floresta entre o meio do século XVII e o final do século XVIII. Eles conseguiram se adaptar em um novo ambiente criando uma sociedade original.
Muitas dessas comunidades vivem na Guiana Francesa: os Alukus ou Bonis, Saramakas, os Ndjukas e os Paramakas. Eles representam aproximadamente 20 % da população global do departamento.
A arte e a estética estão onipresentes na vida quotidiana dos maroons. Diversos objetos usuais são esculpidos, gravados, bordados, ou pintados. As práticas artísticas, adquiridas desde a infância, devem ser dominadas ao final da adolescência. Alguns áreas e materiais são reservados aos homens (trabalhos na madeira, pintura, escultura), enquanto as mulheres se especializam nos trabalhos com agulha (bordado, patchwork, apliques) e na gravura em cabaças.
Os objetos apresentados aqui, representativos da produção artística dos grupos “maroons” da Guiana Francesa e do Suriname, pertencem às coleções do Museu das Culturas Guianesas.
A escultura é uma arte extremamente desenvolvida e essencialmente masculina para os bushinengués. As primeiras peças esculpidas, que datam da primeira metade do século XIX, apresentam uma decoração bem clean, feito com circulos ou meio-círculos gravados. A ornamentação se tornou mais importante e complexo na segunda metade do século XIX, até ocupar toda a superfície do objeto, seguindo uma rigorosa simetria. Para os Aluku, Ndjuka e Paramaka, a pintura completa a escultura.