O CHARCO DOS JACARÉS Desde o estuário do Amazonas no Brasil até a península de Caiena na Guiana Francesa, um conjunto de importantes áreas úmidas ocupa, por trás dos manguezais, depressões formadas nos depósitos aluvionares marinhos de origem amazônica. Elas formam uma sucessão de ecossistemas aquáticos (brejos) caracterizados pelo povoamento de espécies muito diferentes. Essas divergências resultam ao mesmo tempo da história da colonização biológica desses meios e das capacidades de dispersão das espécies animais e vegetais. Por sua riqueza ecológica, sua originalidade e o mosaico de habitats que eles constituem na escala regional, esses pântanos, pouco ou nunca antropizado representam um grande valor bio-ecológico. Colonizados pelas vegetações específicas adaptadas à solos encharcados e regularmente saturados em água, eles abrigam de maneira permanente ou sazonal, inúmeras espécies animais raras de grande valor patrimonial. Nos planos local, nacional e internacional, suas riquezas biológicas são unanimemente reconhecidas. Entretanto, essas áreas pantanosas e sua biodiversidade continuam muito pouco conhecidas, tanto na Guiana Francesa como no Brasil, em função das dificuldades de acesso e do baixo financiamento obtido pela comunidade científica para estudá-las, preservá-las e valorizá-las. O PÂNTANO DE KAW, UM SÍTIO ÚNICO DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL Entre a sucessão de ecossistemas aquáticos litorâneos mais ou menos estagnados da Guiana Francesa, o pântano de Kaw constit......